O mês de novembro é dedicado às almas do purgatório. Purgatório quer dizer estado de purificação. Purificação de que? Das culpas e penas devidas pelos pecados.
Que são culpas e penas?
Para entendermos isto é preciso saber que todo pecado gerauma ofensa à qual corresponde uma culpa e também um prejuízo ao qual corresponde uma pena.
“Almas penadas” são aquelas que devem pagar uma pena. Conforme o pecado – mortal ou venial – também é a gravidade da culpa e da pena, que pode ser eterna ou temporal.
O sacramento da penitência perdoa a culpa e a pena eterna, mas o pecador deve reparar os prejuízos causados pelos próprios pecados cumprindo alguma penitência para descontar as penas devidas.
As flores e velas expressam os sentimentos dos vivos pelos falecidos, mas o melhor consolo e a oferta mais proveitosa para os vivos e falecidos são as orações, penitências e boas obras. A melhor oração para lucrar a indulgência pelos falecidos é a Santa Missa, em que Jesus mesmo se oferece em expiação das penas dos falecidos. Nós podemos fazer boas obras e orações, que aplicadas às almas do purgatório alcançam-lhes o perdão de suas culpas e penas.
Que são Indulgências?
Indulgência é a remissão ou perdão da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa. O pecado é uma ofensa a Deus a qual gera uma culpa e ao mesmo tempo um prejuízo, uma desordem, que devem ser reparados por uma pena.
A indulgência é parcial ou plenária, conforme perdoe em parte ou no todo a pena temporal devida pelos pecados.
Para alguém poder lucrar indulgências, deve ser batizado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas.
No tempo de Finados, concede-se uma Indulgência plenária, só aplicável aos defuntos:
Diariamente, do dia 1º ao dia 8º de novembro, aos que visitarem os cemitérios. No dia dos finados, todas as vezes aos que visitarem uma igreja.
Que é preciso para lucrar a indulgência?
= Visitar uma igreja ou um cemitério
= Fazer Orações: Creio, Pai Nosso, nas intenções do Papa
= Estado de graça ou confissão e Comunhão.
Purgatório.
Na Bíblia não se encontra a palavra “purgatório”, mas sua existência pode se concluir a partir do contexto bíblico.
Se alguém está no céu não precisa de orações para salvar-se, pois já está salvo. Se alguém está no inferno, não existe oração que o retire de lá. Como, porém nada de pecado entra no céu (Apoc. 21,27) e nem todos os mortos estão livres de pequenas faltas e culpas, que não merecem a condenação eterna, segue-se que eles precisam de alguma purificação.
Outras passagens bíblicas que fundamentam o purgatório:
Em S. Mateus, 12,32: “Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro”.
Neste texto é clara a afirmação de que há pecados que podem ser perdoados neste mundo (no tempo) e outros que podem ser perdoados no mundo vindouro (na eternidade).
Em II Macabeus, 12,43-46 lemos: “Judas, tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição… Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de seus pecados.”
Ora ser livre de seus pecados, depois da morte, pelo sacrifício expiatório, indica claramente a possibilidade de purificação.
TEXTOS para meditação.
– Jo. 11,17-27 = Lázaro. Jo. 11, 32-44 = Lázaro.
– Jo. 6, 53-58 = Pão da Vida
– Jo. 19,28-37. = Morte de Jesus.
– 1 Cor. 15,1-19 = Ressurreição
– Mt. 27,45-54 = Morte de Jesus
– Apoc. 21,1-7 = Novo céu e nova Terra.
ORAÇÕES PELOS FALECIDOS:
Ó Deus, vossos dias não tem fim e vossa misericórdia não tem limites, fazei-nos sempre lembrar a brevidade da vida e a incerteza da hora da morte. Que vosso Espírito Santo nos conduza neste mundo, todos os dias de nossa vida na santidade e na justiça. E depois de vos servirmos na terra na comunhão de vossa igreja, na confiança de uma fé segura, na consolação da esperança e na perfeita caridade para com todos, possamos chegar ao vosso reino. Por Cristo Senhor nosso. Amém
Ouvi, ó Pai, as preces dos que creem na ressurreição do vosso Filho e aumentai a nossa esperança na ressurreição dos nossos irmãos falecidos.
Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá e todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá para sempre, diz Jesus.
Em Jesus brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição e aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Ó Pai, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada, e desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível.
Nas vossas mãos, Pai de misericórdia, entregamos a alma de nosso falecido, na firme esperança de que ele ressurgirá com Cristo no último dia, como todos os que no Cristo adormeceram. Escutai na vossa misericórdia as nossas preces: abri para ele as portas do paraíso, e a nós que ficamos, concedei que nos consolemos uns aos outros com as palavras da fé, até o dia em que nos encontraremos todos no Cristo e assim estaremos sempre convosco.
Senhor Deus da vida, Criador de tudo o que existe, estamos diante da sepultura de parentes falecidos.
Teu Filho Jesus ensinou que nossa vida é como semente que deve morrer para produzir frutos.
Senhor, queremos agradecer-te pelo bem que recebemos de nossos falecidos.
Nós acreditamos que eles(as) continuam vivos(as) diante de ti, vivos(as) de uma vida que não tem mais nenhum fim, nem dor, nem lágrimas.
Que teu amado Filho, o Bom Pastor, os(as) leve nos ombros e dê a todos nós que aqui ficamos, que nos consolemos uns aos outros com as palavras da fé e da esperança. Cremos, Senhor, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém.